09 Rota do Tejo

Descrição

A rota do Tejo atravessa territórios de caraterísticas muito diversas. O rio Tejo nasce na serra de Albarracim (Espanha) e percorre cerca de 1000km até desaguar em Lisboa. A rota coincide com uma pequena parte da sua vasta bacia hidrográfica e os lugares ora se aproximam ora se afastam do rio. Na margem direita reúne lugares da Beira Baixa e do Médio Tejo e na margem esquerda do Alto Alentejo. A rota estende-se desde a raia até às Portas do Sol em Santarém.

Junto a Espanha, distinguem-se santuários como o de Nossa Senhora do Almurtão ou o de Nossa Senhora de Mércules nos arredores de Castelo Branco.   O jardim do Paço Episcopal de Castelo Branco, hoje Museu Francisco Tavares Proença, próximo do Convento de Nossa Senhora da Graça, está entre as peças mais notáveis da arte paisagista portuguesa.  Terá sido uma vasta quinta com extensas hortas que deram lugar ao Parque da Cidade. Porém, o elemento mais notável é o jardim na traseira do paço quer pela sua original composição, quer pelo conjunto de fontes e estatuária. Também os castelos nas cidades mais importantes como Tomar, Abrantes e Castelo Branco, são espaços de memória que foram apropriados pelas populações e pelos municípios como jardins públicos e por essa razão integram a rota. O Tejo constituiu uma linha defensiva na fase em que Portugal construía a sua identidade no período da reconquista cristã sob o domínio da Ordem dos Templários.

Santarém é o fim desta rota precisamente com o Jardim das Portas do Sol que ocupa a primitiva alcáçova da cidade tendo sido reconvertido em jardim público nos finais do século XIX e sofrido já remodelações posteriores. As Portas do Sol são um miradouro privilegiado sobre o vale de Santarém por onde se estende um vasto e notável conjunto de quintas nas duas margens do Tejo, de Santarém à Golegã e de Almeirim à Chamusca, constituindo importantes casas agrícolas na lezíria, em leito de cheia do Tejo instaladas sobre férteis campos, outrora predominantemente ocupados pelo olival que deu lugar à vinha e ao milho. As casas estão rodeadas de amplos pátios murado, ora mais de aparato ora mais agrícolas, alguns pequenos jardins na proximidade criando áreas de fresco. As instalações agrícolas são de grande dimensão: celeiros, picadeiros, lagares. Sim, aqui o cavalo – em especial o lusitano – é uma constante na paisagem.